Tenho uma queda por pioneirismo, gosto de escrever sobre o assunto, e detectar pioneiros e fazer justiça aos mesmos.
Hoje em dia não choca muito falar sobre pilotos nordestinos ou nortistas com destaque no automobilismo. Entre outras coisas, o amazonense Antonio Pizzonia já chegou a liderar um GP, o bom baiano Tony Kanaan é um top driver da IRL, e até o Pará já esteve representado na F-3000, com Marcos Gueiros. No Brasil, o paraibano Valdeno Brito é um dos principais pilotos da Stock Car, que também tem pilotos do Ceará e Pernambuco.
Nos anos 60 e 70, os poucos pilotos brasileiros que se aventuravam ao exterior eram procedentes de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Brasília. Começava o bem sucedido avanço dos brasileiros no automobilismo internacional. Na época, o automobilismo nordestino se resumia ao Torneio Norte Nordeste, disputado por Fuscas no autódromo Virgilio Tavora em Fortaleza, e quase nunca incluído no calendário brasileiro. E os nordestinos não corriam no sul.
Assim, causou certa surpresa o Team Brasil que se empenhou em participar do campeonato inglês de Formula 3 de 1974, com dois irmãos do Piaui, Marcos Moraes e Luis Moraes. O carro era até patrocinado pelo governo do Piauí, mais especificamente pela empresa responsável pelo turismo no estado. Uma façanha conseguir esta verba. Trabalhei na Embratur entre 1982 e 1985 e sei que as verbas das agências estaduais de turismo eram mínimas. E põe mínimo nisso. Bem, isso não vem ao caso, e duvido que alguém tenha visitado o Piauí por ter visto o patrocínio nos carros dos Moraes. Melhor assim, pois em 1974 o estado não tinha a mínima infraestrutura turística para receber estrangeiros.
Não que o automobilismo de pista do Piauí fosse pujante. Não existia, e não existe até hoje. Os irmãos eram radicados no Rio, donos da Speed Motors, de fato Luis ganhou uma prova com um Porsche 910 em 1971. Assim que a maioria das referências aos mesmos os indica como cariocas. Marcos correu mais do que Luis Carlos.
Era uma excelente oportunidades para fazer boa figura na F-3, pois algumas provas não tinham nem dez carros no grid, e a grande maioria dos pilotos era de péssima qualidade. Houve até um indiano na jogada, Hany Wiano, algo muito raro no automobilismo de 1974, e um uruguaio, outra raridade, Pedro Passadore. Mas infelizmente o grande contingente brasileiro não aproveitou a deixa, e só Alex Dias Ribeiro ganhou corridas. José Pedro Chateaubriand correu na equipe oficial da March, mas não chegou ao topo do pódio e voltou ao Brasil botando muita banca.
No caso dos Moraes, o GRD não era lá essas coisas, de fato, a fábrica não passou daquele ano. Marcos não era muito experiente, e a temporada não foi frutífera. Julio Caio, de São Paulo, fez algumas corridas para substitutir os irmãos (e trazer algum patrocínio a mais), sem muito sucesso, e voltou encantando com a Formula Atlantic, dizendo que voltaria à Europa no ano seguinte. Nunca voltou. O melhor resultado foi um quarto, de Luis, e após algumas desavenças o Team Brasil e o Piauí se afastaram do automobilismo para sempre.
Assim chegavam os nordestinos nas pistas européias, que seja através do Rio de Janeiro.
Hoje em dia não choca muito falar sobre pilotos nordestinos ou nortistas com destaque no automobilismo. Entre outras coisas, o amazonense Antonio Pizzonia já chegou a liderar um GP, o bom baiano Tony Kanaan é um top driver da IRL, e até o Pará já esteve representado na F-3000, com Marcos Gueiros. No Brasil, o paraibano Valdeno Brito é um dos principais pilotos da Stock Car, que também tem pilotos do Ceará e Pernambuco.
Nos anos 60 e 70, os poucos pilotos brasileiros que se aventuravam ao exterior eram procedentes de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Brasília. Começava o bem sucedido avanço dos brasileiros no automobilismo internacional. Na época, o automobilismo nordestino se resumia ao Torneio Norte Nordeste, disputado por Fuscas no autódromo Virgilio Tavora em Fortaleza, e quase nunca incluído no calendário brasileiro. E os nordestinos não corriam no sul.
Assim, causou certa surpresa o Team Brasil que se empenhou em participar do campeonato inglês de Formula 3 de 1974, com dois irmãos do Piaui, Marcos Moraes e Luis Moraes. O carro era até patrocinado pelo governo do Piauí, mais especificamente pela empresa responsável pelo turismo no estado. Uma façanha conseguir esta verba. Trabalhei na Embratur entre 1982 e 1985 e sei que as verbas das agências estaduais de turismo eram mínimas. E põe mínimo nisso. Bem, isso não vem ao caso, e duvido que alguém tenha visitado o Piauí por ter visto o patrocínio nos carros dos Moraes. Melhor assim, pois em 1974 o estado não tinha a mínima infraestrutura turística para receber estrangeiros.
Não que o automobilismo de pista do Piauí fosse pujante. Não existia, e não existe até hoje. Os irmãos eram radicados no Rio, donos da Speed Motors, de fato Luis ganhou uma prova com um Porsche 910 em 1971. Assim que a maioria das referências aos mesmos os indica como cariocas. Marcos correu mais do que Luis Carlos.
Era uma excelente oportunidades para fazer boa figura na F-3, pois algumas provas não tinham nem dez carros no grid, e a grande maioria dos pilotos era de péssima qualidade. Houve até um indiano na jogada, Hany Wiano, algo muito raro no automobilismo de 1974, e um uruguaio, outra raridade, Pedro Passadore. Mas infelizmente o grande contingente brasileiro não aproveitou a deixa, e só Alex Dias Ribeiro ganhou corridas. José Pedro Chateaubriand correu na equipe oficial da March, mas não chegou ao topo do pódio e voltou ao Brasil botando muita banca.
No caso dos Moraes, o GRD não era lá essas coisas, de fato, a fábrica não passou daquele ano. Marcos não era muito experiente, e a temporada não foi frutífera. Julio Caio, de São Paulo, fez algumas corridas para substitutir os irmãos (e trazer algum patrocínio a mais), sem muito sucesso, e voltou encantando com a Formula Atlantic, dizendo que voltaria à Europa no ano seguinte. Nunca voltou. O melhor resultado foi um quarto, de Luis, e após algumas desavenças o Team Brasil e o Piauí se afastaram do automobilismo para sempre.
Assim chegavam os nordestinos nas pistas européias, que seja através do Rio de Janeiro.
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